Entenda os sintomas, causas, diagnóstico e os principais tratamentos para essa condição que afeta milhões de mulheres no mundo todo.
Você já ouviu falar em miomas uterinos? Também chamados de leiomiomas ou fibromas, são muito comuns entre mulheres em idade fértil e, embora sejam tumores benignos, podem causar menstruações volumosas, desconforto abdominal, dores e até afetar a fertilidade. Neste artigo, você vai entender de forma simples, mas com base médica, tudo o que precisa saber sobre essa condição.
O Que São Miomas?
Os miomas uterinos (ou leiomiomas) são tumores fibromusculares benignos que surgem a partir do miométrio, a camada muscular do útero. Não são câncer, mas podem crescer bastante e causar sintomas diversos, como menstruação volumosa (por vezes com coágulos), cólicas menstruais intensas, dores no abdome e sensação de peso, mesmo sem estar menstruada, e dificuldade para engravidar, dependendo de suas localizações e tamanhos. Eles variam bastante em tamanho, desde pequenos nódulos, que nem são percebidos, até massas volumosas que podem distorcer o formato do útero.
Mas afinal, por que eles aparecem?
Origem e crescimento:
Tudo começa com uma célula muscular uterina que sofre uma alteração genética. Essa célula muscular passa a se multiplicar de forma anormal, agregando tecido conjuntivo (colágeno) e formando um nódulo sólido fibromuscular: o mioma.
Influência hormonal
O crescimento dos miomas está diretamente ligado aos hormônios femininos, principalmente o estrogênio. Esses hormônios, produzidos naturalmente pelos ovários, estimulam o crescimento das células musculares do útero. Quando há um mioma, ele também responde a esses hormônios, crescendo principalmente durante a idade fértil — quando os níveis hormonais estão mais altos.
👉 Por isso, os miomas costumam diminuir e ficar sem sintomas após a menopausa, quando os hormônios caem.
Fatores de crescimento
Além dos hormônios, os miomas também produzem fatores de crescimento locais (como o TGF-β, FGF e IGF), que estimulam a multiplicação celular e a produção de colágeno, o que dá ao mioma uma textura firme.
Vascularização
Os miomas desenvolvem novos vasos sanguíneos e têm suprimento sanguíneo próprio, o que também contribui para seu crescimento. Em alguns casos, o fluxo sanguíneo ao redor do mioma pode causar sintomas, como sangramento uterino aumentado.
Tipos e Localização (Classificação FIGO)
A localização dos miomas no útero é importante porque influencia os sintomas e o tratamento. A FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) criou uma classificação amplamente utilizada, baseada na posição em relação às camadas do útero:
• Submucosos (FIGO 0-2)
Crescem na parte interna do útero (endométrio), camada glandular que produz a menstruação. Nesta localização, os miomas podem causar sangramentos intensos e problemas de fertilidade, mesmo se forem de tamanho pequeno (com 1,0cm de diâmetro, por exemplo).
• Intramurais (FIGO 3-5)
Se desenvolvem dentro da parede uterina, na camada muscular do útero. Nesta localização, os miomas podem causar dor, menstruação volumosa e aumento do tamanho do útero.
• Subserosos (FIGO 6-7)
Crescem para fora do útero e podem comprimir órgãos vizinhos, como bexiga e intestino. Nesta localização, os miomas causam dor na pelve (pé da barriga) e sensação de peso. É incomum presença de menstruação volumosa com miomas subserosos.
• Outros (FIGO 8)
Miomas que não estão ligados diretamente ao útero, como os parasitários, fixos na parede abdominal ou em outros órgãos da pelve.
Epidemiologia
- Atingem até 70% das mulheres em idade fértil.
- São mais comuns dos 30 aos 50 anos.
- Mulheres negras têm maior risco e podem apresentar nódulos maiores e mais sintomáticos.
Sintomas Mais Comuns
Muitas mulheres com miomas não apresentam sintomas. Quando ocorrem, podem incluir:
- Sangramento menstrual excessivo ou irregular, mais frequentes.
- Cólicas fortes
- Sensação de peso ou pressão na pelve
- Aumento do volume abdominal
- Dor na relação sexual (dispareunia)
- Aumento do volume abdominal
- Urgência urinária ou dificuldade para esvaziar a bexiga
- Constipação
- Dificuldade para engravidar ou abortos de repetição
Importante: Nem todos os miomas causam sintomas. Alguns são achados somente ao realizar exame de imagem, como ultrassom transvaginal. Nestes casos, uma boa avaliação por médico especialista em miomas pode definir se precisará de algum tratamento ou manterá observação e acompanhamento.
Como é feito o Diagnóstico?
O diagnóstico geralmente é feito através de exames de imagem:
– Ultrassonografia transvaginal ou pélvica: Primeira linha de investigação. Exame inicial, acessível e eficaz para detectar miomas.
– Ressonância magnética (RNM): Solicitada quando há necessidade de mais detalhes sobre número, tamanho e localização dos miomas. Ajuda a planejar o tratamento cirúrgico, especialmente em casos complexos.
– Histeroscopia diagnóstica: Visualiza o interior do útero com uma câmera introduzida via vaginal — indicada para avaliar miomas submucosos.
Opções de Tratamento
O tratamento depende de vários fatores: sintomas, tamanho e localização dos miomas, idade da paciente, desejo de ter filhos. Uma boa avaliação por médico especialista em miomas vai definir a melhor conduta para cada caso.
Tratamento Clínico (com medicamentos, sem cirurgia)
- Anticoncepcionais hormonais: controlam o ciclo e menstruações volumosas.
- Dispositivo intrauterino hormonal com Levonorgestrel 52mg (Mirena): são boas opções para pacientes que também querem contracepção. As progestinas exógenas podem suprimir em parte a estimulação de estrogênio do crescimento mioma uterino.
- Análogos do GnRH (Gosserrelina – Zoladex): medicamentos que reduzem temporariamente os níveis hormonais no corpo, provocando a diminuição do tamanho dos miomas. Costumam ser usados antes de cirurgias. Causam efeitos colaterais de sintomas parecidos com menopausa.
- Antifibrinolíticos (Ácido Tranexâmico): juntamente com antiinflamatórios não-hormonais auxiliam no controle de sangramentos volumosos.
Tratamento Cirúrgico
- Miomectomia: retirada apenas dos miomas, preservando o útero. Indicado para mulheres que desejam engravidar. Pode ser feita por via abdominal (cirurgia aberta), cirurgia robótica, laparoscópica ou histeroscópica.
- Histerectomia: retirada total do útero — indicada em casos mais graves e em mulheres que não desejam mais ter filhos. Pode ser feita por via abdominal (cirurgia aberta), cirurgia robótica ou laparoscópica.
- Embolização das artérias uterinas: procedimento minimamente invasivo que bloqueia o suprimento de sangue aos miomas, fazendo com que não cresçam mais e até diminuam seu volume. Realizado por cirurgião vascular.
- Ablação por radiofrequência ou ultrassom focado (HIFU): procedimento minimamente invasivo que destroi miomas uterinos com energia de radiofrequência. É uma alternativa à cirurgia tradicional e pode ser indicada para mulheres que querem preservar o útero e a fertilidade. Ainda com uso mais restrito.
Quando Procurar um Ginecologista?
Se você está sentindo algum dos sintomas descritos ou tem dúvidas sobre sua fertilidade, marque uma consulta com ginecologista especializado. O diagnóstico precoce pode evitar complicações e permitir tratamentos mais simples.
Não ignore sinais do seu corpo. Miomas têm tratamento!
Agende uma consulta com Dra Bianca Bocchi, especialista em tratamento de miomas.
Considerações Finais
Apesar de comuns, os miomas uterinos merecem atenção, especialmente quando causam sintomas que afetam a qualidade de vida ou a fertilidade. Com o avanço da medicina, hoje existem diversas opções de tratamento – muitas delas preservando o útero e a fertilidade. Se você apresenta sintomas sugestivos de miomas, procure um ginecologista. O diagnóstico precoce permite um melhor controle da doença e evita complicações no futuro.
Dra. Bianca Bocchi é ginecologista e especialista em tratamento de miomas. Agende uma consulta para ter avaliação individualizada, investigação integral sobre seu caso e receber e tratamento específico.
Ginecologista especialista em miomas
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